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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Matando Aula

Se eu fosse dar um conselho pra filhinha da minha amiga, é pra não matar aula até parece que ela ia ouvir. Peraí, que eu não terminei e nem expliquei meu ponto de vista. Eu, uma das maiores assassinas de aula da faculdade, falando pra não matar aula? Comássim?



Matar aula parece que é fácil, com o prazer e aventuras ilimitadas de Ferris Bueller se não sabe quem é, vai pesquisar. Não é. Eu e essa minha amiga temos o gene da chamada cedeéfisse, ou seja, somente matamos UMA ÚNICA aula, durante a nossa vida acadêmica juntas. E assim, foi bem frustrante, pq CDF's não foram talhados pra matar aula. Bate uma culpa, um arrependimento, um "tá, o que a gente faz agora?"... Em resumo: conhecemos alguém na nossa turma (repetente, claro, pq via de regra repetentes SABEM como matar aulas direito), que sempre estava matando aula. E virou nosso amigo. E sempre chegava no colégio, conversava com a gente, mas na hora da aula, não tava ali. Era nitidamente o que minha mãe chamaria de "má companhia" para mim.

Um belo dia, a gente resolveu "dar uma de rebeldes": dane-se o que acham da gente, que somos as certinhas da sala, que somos CDFs, inteligentes, vamos fazer uma loucura e MATAR AULA. Pela manhã. Às 7 e meia. Sem lojas, shoppings e lugares legais pra gente ir. Só nós duas. Longe do centro. E o carinha por quem eu era apaixonada na época estava no 2º grau, ASSISTINDO AULA (sim, eu vi ele entrar).

No que deu? A cedeéfisse venceu, e claro que nós voltamos mais do que arrependidas pra dar um jeito de entrar na aula, mesmo que só com 10 minutos de atraso. Nunca mais matamos aulas juntas. Mas ficou na nossa história a nossa tentativa de tentar ser Ferris Bueller por um dia.

Hahahahahahahahahahahahahaha

Então, eu fui pro 2º grau, mudei de colégio, e no CEP aprendi o que é matar aula. Embora a cedeéfisse ainda residisse no meu coração, aos poucos ela foi ficando mais flexível, e estudar no centro, à tarde, me deu inúmeros motivos pra matar aula: ir no shopping comprar bala e refri. Ficar na frente da CEU jogando truco (eu não sabia jogar, mas era divertido assistir). Ficar no pátio conversando. Ir assistir jogo do time no estádio.Namorar. E, algumas vezes, ir na biblioteca ficar vendo quais famosos estudaram no CEP, olhando as fichas de empréstimo dos livros, e lendo livros.

No CEP também aprendi o que era gazeta coletiva, e que nem sempre valia a pena matar aula por motivos banais. Matar aula por matar aula, só, era uma coisa que a gente não fazia. TINHA QUE TER um porquê. Não tinha essa de matar aula só pra ser rebelde, afrontar professor que não gosta, ir na onda dos outros, essas coisas que, vão me desculpar, têm na faculdade. Você não era julgado por não matar aula.

Já na faculdade, eu matava aula porque estava com sono, odiava o curso, não tinha paciência com meus colegas, achava os professores arrogantes olha só, eu era arrogante level expert e nem sabia, por vários motivos. E perdi muito tempo com isso. Às vezes, eu matava aula com motivo, que nem na época do Estadual. Era pra estudar pra uma prova, fazer uma campanha do Centro Acadêmico, participar de uma palestra - e, mesmo assim, foram poucas vezes, em comparação com as vezes em que matei aula só pra não estar ali.

E sabe que isso tudo refletiu em como eu sou no trabalho?! Sou daquelas que ODEIA faltar, posso estar com febre, doente, uma perna faltando, mas nada disso é motivo suficiente, na minha cabeça, pra faltar no escritório. Sério. Sabe aquelas pessoas que pensam "ah, eu preciso de um dia de folga, vou ligar e dizer que estou doente"? #NãoMeRepresenta. Sabe aquelas pessoas que ficam doentes, o médico dá atestado de 5 - C.I.N.C.O. - dias numa segunda-feira, e ela está todo dia estressada, pq TEM TRABALHO PRA FAZER? #PrazerSouEu.

Então, se for pra dar conselho sobre matar aula e o que vai ter de gente caindo aqui pq procurou  no Google "como matar aula" #inocentes, posso falar algumas coisinhas. Primeiro: NUNCA, JAMAIS, EM TEMPO ALGUM, mate as aulas de Língua Portuguesa, pois tá difícil pacas entender metade do que o povo escreve. "E naum eh qui eu iscrevo ansim no face puq eu acho maça i ngm tem nada cum içço": gente, ganhar tempo abreviando uma ou outra palavra é uma coisa; pagar de semianalfabeto é feio e eu não tenho mais paciência pra isso #FaloMesmo. Se vc quer pagar de burro pelo resto da vida, ok, só não vá reclamar depois de não saber pq sua nota na redassaum do ENEM foi baixa... E se vc leu em um blog coisas erradas escritas, olha só: É LIBERDADE POÉTICA DA ESCRITA, tá, xuxu? Principalmente se o que estiver errado é uma palavra ou outra, e não o texto todo. Mas isso você aprende na aula de Língua Portuguesa, em interpretação de texto. #PátriaEducadoraShora

Esclarecido esse ponto, vamos aos demais. Não mate aula por matar: vc vai só perder tempo e se arrepender. Talvez não hoje, não amanhã, mas quando olhar pra trás, vai pensar "putz, que besteira, perdi tempo". Se for matar aula, que seja por um bom motivo, que te traga lembranças legais, mesmo que o motivo não seja nobre - tipo ir fazer um piquenique no parque só pq é seu aniversário de 3 meses de namoro. Não mate aula por raiva do professor, ele vai passar na sua vida, a nota da sua prova permanecerá para sempre. Não mate aula pra ser rebelde: não vale a pena, e esse não é um motivo. É idiota, apenas. Não mate aula sozinho, a não ser pra estudar. Não mate aula em um grupo com mais de 6 pessoas, nunca dá certo. Não mate aula perto das provas, é suicídio acadêmico.

Enfim, eu poderia dizer simplesmente "NÃO MATE AULA", mas qual seria a graça e quais erros vc teria em sua vida para aprender alguma coisa?

Um comentário:

Michelli disse...

Amiga, sempre lembro desse dia... saudades! 😉